É preocupante e estarrecedor o volume e a velocidade com que os negócios neste setor da economia crescem. No primeiro momento este fator gerador de emprego empolga aqueles que nada tem a perder e investem no setor imobiliário maciçamente com o apoio do Estado e os bancos/financeiras. A diferença do mercado brasileiro para os especuladores dos EUA, responsáveis pela "grande bolha", é que aqui as avaliações e critérios para se liberar créditos financeiros são mais rígidos e com o grau de risco avaliado em maior profundidade. Leia esses dados fornecidos pela SECOVI DF. São bastante estimulantes para aqueles que desejam uma rentabilidade no médio prazo.
O Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), determinado novamente pela FGV/IBRE, registrou uma variação positiva com uma taxa de 0,41%. Porém, o resultado foi inferior ao do mês anterior, que foi de 0,67%.Dos três componentes do índice, Mão de Obra foi responsável e apenas esta apresentou desaceleração, tendo a taxa recuado de 1,28% em dezembro para 0,12% em janeiro. Em sentido inverso, a taxa do grupo Materiais e Equipamentos passou de 0,05% para 0,35%, enquanto a do grupo Serviços avançou de 0,24% para 1,95%.
A capacidade de endividamento cresce assustadoramente. A classe média agora já volta seus objetivos para a compra do um segundo ou terceiro imóvel com objetivos claro de lucro. Os créditos referentes a recursos direcionados alcançaram R$586,2 bilhões em dezembro, elevando-se 1,7% no mês e 27,5% em doze meses. Contribuídos pelo aumento de 3,8% no crédito habitacional, saldo de R$131,4 bilhões, e o crescimento de 1% nos financiamentos contratados com o BNDES, cujo saldo alcançou R$355,5 bilhões.
Na maioria das categorias, Brasília apresentou os maiores valores de comercialização de imóveis residências, não só no preço das unidades como no preço do metro quadrado.O comportamento geral foi de valorização em todas as cidades, havendo apenas alguns com desvalorização como é o caso da Loja-comercial em Brasília que de R$ 5.387,00 em dezembro de 2010 passou pra R$ 5.051,00 o preço do metro quadrado. Um levantamento da Universidade Católica de Brasília aponta que este pode não ser um bom investimento. O estudo analisou o preço da locação nas Asas Sul e Norte, no Sudoeste e em Águas Claras, e mostra que comprar um imóvel para alugar não é rentável nas áreas mais nobres do Distrito Federal.
Quando um investimento tem retorno pequeno, mas continua a atrair pessoas, é possível que haja especulação. De acordo com a pesquisa, esse é o caso dos aluguéis em Brasília. Eles não dariam muito lucro e o investimento dos donos só se justificaria porque eles acreditam na valorização dos imóveis.
“O tempo vai passando, o preço dos imóveis vai ficando cada vez mais caro, até que um belo dia os preços dos imóveis caem e muita gente perde dinheiro”, explica o autor da pesquisa Adolfo Sachsida.
Os pesquisadores criaram um índice bolha, que aponta grandes chances de especulação imobiliária na capital. O cálculo é o mesmo que foi usado nos Estados Unidos na época do estouro da bolha imobiliária e início da crise financeira internacional.
O índice bolha abaixo de 20 significa baixo risco especulativo e retorno de investimento maior que 5%, ao ano, para o locador. Foi o caso de apartamentos de dois quartos em Águas Claras. Entre 20 e 40, quer dizer bolha em formação e retorno entre 2,5% e 5% ao ano. O índice foi encontrado nas Asas Sul e Norte, no Sudoeste e em apartamentos de três quartos em Águas Claras. Acima de 40, há grande probabilidade de a bolha estourar. Não foi registrado em nenhuma área pesquisada. Esses dados são do ano passado.
Fonte: Secovi-DF.
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