Surgiu no Brasil em um período que não sabíamos onde e quando gastar nossos salários, pois a inflação era tão alta que você tinha um valor no início da manhã e à noite já tinha outro, quem não se lembra do over night? Uma das armas que o sindicalismo da época tínha era o gatilho salarial, que de alguma forma repunha uma corrosão agressiva da inflação. Essa cultura impregnou a esquerda e muitos dos contratos que foram firmados desde então.
O Brasil precisa reverter o quadro cultural deste tema, principalmente quando o governo não consegue cumprir as metas de inflação (em 2011 estava previsto 6,0% e agora revista para 6,5%), ou seja, o salário mínimo para 2012 já vai ter um reajuste em torno dos 13%, pois ainda, tem o vínculo -indexação- com o crescimento do PIB. Determinar metas de médio e longo prazo, também se faz necessário para que o empenho das autoridades monetárias e fiscais sejam mensuradas e motivadas a se esforçarem no combate, em última análise, a indexação. Esses 13% causa no trabalhador a sensação de que fazer greve é a única forma de rever suas perdas salarias, pois o diálogo com os patrões ficou muito mais propositivo e legalista.
É de extrema importância um comprometimento do Congresso Nacional para criar mecanismos de extinção dessa "prática cultural".
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