Rejane
Pitanga está licenciada da Câmara Legislativa e quer voltar; Rafael Barbosa
filiou-se ao Partido dos Trabalhadores neste ano e Geraldo Magela deve se
candidatar à Câmara Federal ou ao Senado
|
O primeiro escalão do governo deve ter uma renovação de mais de
35% de seus integrantes no início do ano que vem. A mudança não tem relação com
nenhuma reforma do secretariado, mas com a disputa eleitoral. Pelo menos 13
secretários do GDF pretendem disputar mandato eletivos em 2014 e, portanto,
terão que se desincompatibilizar até abril. A legislação eleitoral determina
que os ocupantes desses cargos deixem o governo pelo menos seis meses antes da
data das eleições. Essa lista deve crescer, já que o prazo para filiações
partidárias termina no próximo 5 de outubro e há integrantes dos altos cargos
que ainda negociam mudanças de legenda de olho no pleito do ano que vem. O
Ministério Público Eleitoral promete monitorar a atividade dos integrantes do
governo que serão candidatos com o objetivo de coibir o uso da máquina pública
para inflar candidaturas.
Alguns dos principais nomes do secretariado do Distrito Federal
vão concorrer a mandatos no ano que vem. O secretário de Saúde, Rafael Barbosa,
faz sua estreia na política disputando uma cadeira de deputado federal. Ele se
filiou ao Partido dos Trabalhadores no fim do ano passado e já falou sobre o
assunto — diferentemente da maioria dos secretários candidatos, que prefere não
levar ao público suas intenções por enquanto. Outro representante importante do
primeiro escalão que concorrerá em 2014 é o petista Geraldo Magela, chefe da
pasta de Habitação e Desenvolvimento Urbano. Ele ainda não sabe se tentará a
reeleição para a Câmara dos Deputados ou se será o candidato de Agnelo Queiroz
para o Senado. Os detalhes sobre cargos devem ser definidos no início de 2014.
A secretária da Criança, Rejane Pitanga, está licenciada da
Câmara Legislativa e sonha com a reeleição. Ela diz que o excesso de candidatos
fortes no PT não a intimida. “Serei candidata a distrital e sei que o partido
tem nomes com muita densidade eleitoral. Isso não me assusta: quem não quer
concorrência não deve nem sequer sair candidato”, comenta.
Enquanto não chega a reforma política, a regra é clara, como
diria um comentarista de futebol: quem trocar de partido pode ser enquadrado
pela Lei de Fidelidade Partidária. A rigor seria assim, mas existem brechas na
Lei que permitem a quem detém mandato continuar no cargo eletivo. Com a
proximidade do prazo final (5 de outubro), intensificaram-se nos últimos dias
conversas de bastidores entre os que desejam disputar uma cargo eletivo no
próximo ano.
Especulações mais intensas tem foco no deputado federal Luiz
Pitiman (por enquanto no PMDB), um “novato” que ousou desafiar o partido,
saindo da zona de conforto do governo Agnelo Queiroz “para construir um projeto
de gestão voltado para os cidadãos de Brasília e não a um grupo político”.
Depois de se reunir com os mais importantes lideres do Congresso e do Distrito
Federal, deve mesmo ir para o PSDB, conforme articulações do senador Aécio
Neves e do governador de Goiás, Marconi Perillo. “Muitas pessoas me abordam
na rua e mesmo em reuniões de lideres classistas, perguntando qual será o meu
caminho. Respondo de imediato: o melhor para o Distrito Federal. Meu trabalho
tem sido o de somar forças em busca de mudanças políticas e administrativas
que tire o DF da letargia em que vivemos”. Pitiman não coloca seu nome como
“salvador da pátria”, apenas defende que os partidos de oposição, se “unam em torno
de um líder comprometido com os interesses do DF”.
No PSD, o que se ouve é a possível debandada das deputadas
distritais Celina Leão e Eliana Pedrosa. Celina busca um partido pequeno que
possa viabilizar sua reeleição, aproveitando o coeficiente eleitoral. O
problema é que a maioria dos chamados “nanicos” está atrelada à base do
governador Agnelo Queiroz (PT). Como Celina é a mais aguerrida das opositoras
do governador, sua margem de negociação fora do PSD se estreita. Outro problema
de Celina é a falta do apoio da família Roriz, caso ela vá para um partido que
não esteja dentro da esfera de interesses da aliança Liliane Roriz e a irmã
Jaqueline, ambas com 100% de apoio do pai. Nos demais partidos, muita gente
deve migrar para outras legendas, principalmente ao PMDB do vice-governador
Tadeu Filippelli.
Comentários