NA PRESIDÊNCIA DO PSB-DF, JAIME RECENA PODE FAZER COM A SIGLA O QUEOGOVERNO DEVERIA FAZER COM A SOCIEDADE
Jaime Recena: Presidente do PSB |
Na campanha de segundo turno de 2002, Roriz foi à televisão admitir: “Posso ter cometido o erro de não ouvir o povo como deveria”. O então governador estava assustado com o crescimento da campanha de Geraldo Magela, seu oponente naquela disputa. No mandato seguinte, Roriz passou a dialogar mais e fez, segundo muitos, seu melhor governo.
E Rollemberg? Tirando as rodas de conversa, que são até um pouco burocráticas e engessadas, não há outro meio de aproximação e debate com o povo. Até Agnelo dialogou mais no primeiro ano de mandato, visitando hospitais e ouvindo as demandas da população. Seu maior erro veio nos anos seguintes, quando preferiu apenas a companhia do ar condicionado e dos secretários que o bajulavam.
Já que o governo teima em não compreender a importância da comunicação com a sociedade, o PSB, partido de Rollemberg, pode tentar assumir esse papel com a chegada do secretário-adjunto de Turismo, Jaime Recena, à presidência da legenda. Só que para isso acontecer, o governador, que controla a sigla com mão de ferro, vai ter que deixar o novo presidente trabalhar à vontade, sem interferências desnecessárias. Além disso, Rollemberg precisa fazer com que todos entendam que o comandante do barco agora é Recena. Se assim o fizer, o partido pode chegar com certa força em 2018. Do contrário, não só o governo, mas a sigla perderá consistência.
Foi uma vitória imensa conseguir trazer para a agremiação os deputados distritais Juarezão e Luzia de Paula, e oferecer a Secretaria do Trabalho a Joe Valle para Roosevelt Vilela assumir a titularidade na Câmara Legislativa. Entretanto, se já se derem por satisfeitos, o fantasma do isolamento pode voltar e assustar o partido do governador no próximo pleito.
De perfil conciliador e aberto ao diálogo, Jaime Recena deve assumir a presidência do PSB-DF amanhã. A partir daí as cartas estarão em suas mãos, se os caciques deixarem.
Boa sorte!
por Fred Lima
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