O cenário básico com que o Comitê trabalha pode ser resumido pelas seguintes observações:
O
conjunto dos indicadores divulgados desde a última reunião do Copom
mostra perspectiva de estabilização da atividade econômica no curto
prazo. Entretanto, as evidências sugerem que a economia segue operando
com alto nível de ociosidade;
No âmbito externo, o cenário
permanece desafiador. No curto prazo, o ambiente encontra-se
relativamente benigno para as economias emergentes. No entanto, a
dinâmica da recuperação da economia global permanece frágil, com
incertezas quanto ao seu crescimento;
As expectativas de inflação
apuradas pela pesquisa Focus para 2017 recuaram, mas seguem acima da
meta para a inflação, de 4,5%; e
As projeções condicionais do
Copom para a inflação permaneceram relativamente estáveis nos horizontes
relevantes para a condução da política monetária desde sua última
reunião, mas recuaram em relação às projeções divulgadas no último
Relatório de Inflação. No cenário de referência, a projeção para a
inflação de 2017 encontra-se em torno da meta de 4,5%. No entanto, no
cenário de mercado, a projeção para 2017 está em torno de 5,3%.
O Comitê identifica os seguintes riscos domésticos para o cenário básico para a inflação:
Por
um lado, (i) a inflação acima do esperado no curto prazo, em boa medida
decorrente de preços de alimentos, pode se mostrar persistente; (ii)
incertezas quanto à aprovação e implementação dos ajustes necessários na
economia permanecem; e (iii) um período prolongado com inflação alta e
com expectativas acima da meta pode reforçar mecanismos inerciais e
retardar o processo de desinflação;
Por outro lado, (iv) os
ajustes na economia podem ser implementados de forma mais célere,
permitindo ganhos de confiança e reduzindo as expectativas de inflação; e
(v) o nível de ociosidade na economia pode produzir desinflação mais
rápida do que a refletida nas projeções do Copom.
Tomados em
conjunto, o cenário básico e o atual balanço de riscos indicam não haver
espaço para flexibilização da política monetária.
Votaram por
essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente),
Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney
Menezes Ferreira, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Reinaldo Le
Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel
Fonte: Banco Central
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