Fred Lima: Jornalista presidente da Associação dos Brasiliense dos Blogueiros de Política |
Tudo indica que a corrupção na saúde é uma velha senhora enrugada,
mas vaidosa, que usa adornos caríssimos e posa de esperta. Já perambulou
por vários governos, de direita e esquerda. Não tem ideologia ou cor
partidária. Sua diretriz é roubar o dinheiro do povo doente. É o roubo
mais cruel que existe, junto com o da educação e segurança.
Corpo saudável, mente culta e proteção da integridade física são
benevolências indispensáveis para qualquer ser humano. Quando falta um
desses bens, a civilização humana começa a ruir, como está acontecendo
na capital federal e em todo o país.
O navio em alto mar avistou um suposto iceberg que pode esconder um
grande rochedo de gelo abaixo das águas. O que fazer agora? Os canoístas
vão tentar ir até lá para jogar água e ver se o iceberg derrete? Não
vai adiantar. E a imensa rocha de gelo que está escondida nas
profundezas do oceano, capaz de naufragar o navio?
Sabem o que é pior? A velha senhora também está na embarcação, mas não é a velhinha bondosa do filme Titanic,
que narra a história do maior naufrágio do mundo. É a senhora
corrupção, que contribuiu para que o “navio” mudasse de rumo e fosse ao
encontro do terrível iceberg.
A saúde no DF se encontra assim. É muita ignorância ou má-fé pensar
que todos os males da Secretaria de Saúde começaram no dia 01/1/2015,
com a posse do governador Rodrigo Rollemberg. A corrupção na pasta deve
ser antiga, sistêmica e contínua. Por este motivo, todos os governos
devem ser investigados na CPI da Saúde da Câmara Legislativa, de Joaquim
Roriz ao atual.
Corrupção não tem prazo de validade. Quem roubou do povo doente deve
pagar muito caro, independentemente se foi em 1990 ou 2016. Estamos
falando de vidas humanas que morreram nos leitos dos hospitais por falta
de medicamentos.
Não podemos esquecer o presente e só olhar para o retrovisor, nem tratar corrupção como um produto que tem validade.
Jogar água no iceberg pode ser heroico para os “canoístas”. Eles
serão ovacionados pelos “passageiros” por um breve momento, mas logo em
seguida o “navio” vai bater na rocha submersa e afundar.
Se a CPI da Saúde esquecer outras gestões, vai cometer o grave erro
de tentar derreter a ponta do iceberg. A comissão deve sugerir mudar a
rota do “navio” e trabalhar para que a velha corrupção seja jogada no
“mar”. Caso contrário, o trabalho dos “canoístas” será só pra inglês
ver.
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