Paulinho da Força Sindical |
O governo federal anunciou ontem (20) a criação do Fórum Nacional do Desenvolvimento Produtivo, que será formado por representantes de empresários e trabalhadores para definir uma estratégia de ações tendo como objetivo o destravamento dos setores produtivos. Entre os assuntos discutidos já na primeira reunião está a necessidade de se acelerar os acordos de leniência das empresas denunciadas na Operação Lava Jato.
Segundo o presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força (SD-SP), a meta é fazer com que as punições sejam aplicadas a pessoas físicas, de forma a evitar prejudicar as empresas e, consequentemente, a geração de empregos.
“Estamos com problema grave no setor da construção pesada. Me parece que poucos têm coragem de dizer que os empresários que cometeram crime ficam presos; que os que cometeram crimes e não foram presos têm de ser presos. Agora, não pode fechar empresa, porque quando fecha milhares de trabalhadores perdem emprego”, disse o deputado após deixar a primeira reunião do grupo, no Palácio do Planalto.
Segundo ele, essa é uma questão que o governo precisa resolver o quanto antes, uma vez que o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle “são lentos; o Ministério Público diz que não pode; e ninguém tem coragem de falar que pode”. “Esse fórum é esperança de trabalhadores e empresários para que o Brasil volte a gerar empregos”,acrescentou.
Ipea e Dieese também participarão
As propostas a serem apresentadas pelo grupo serão elaboradas com a ajuda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
De acordo com o assessor especial da Presidência da República, Sandro Mabel, será por meio dessas duas entidades que o governo organizará as políticas a serem implementadas.
Ele antecipou que, entre elas, não haverá espaço para se criar mais subsídios. “Este fórum será nacional e, conforme surjam os problemas, como é o caso das empreiteiras [envolvidas na Lava Jato], a ideia é operacionalizar as mudanças e ações que precisam ser feitas”.
Mabel antecipou que a prioridade abrangerá medidas para setores que se encontram em situação mais complicada, caso dos setores automotivo, de construção civil, construção pesada e setor químico. “Vamos discutir cinco ou seis setores inicialmente e depois aumentar”, disse ele.
Edição: Kleber Sampaio
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