A ECONOMIA BRASILEIRA AINDA NÃO MOSTROU FORÇAS PARA SUPERAR A RECESSÃO.
Contrariamente ao esperado, a melhora das expectativas não se consubstanciou na
retomada dos negócios. O PIB e a produção da indústria, que sinalizaram melhora
no segundo trimestre, voltaram a recuar no terceiro. Como os indicadores do último
trimestre apontam para a continuidade desse processo, a recessão continua intensa.
Com isso, a queda do PIB em 2016 deverá alcançar 3,6% no ano, com o PIB da Indústria
recuando 3,9%. A redução da Indústria de Transformação poderá atingir 4,8%, acumulando
queda de quase 20% nos últimos três anos.
ECONOMIA SEGUE SEM FORÇAS PARA RETOMAR O CRESCIMENTO.
Esse comportamento se deve à
incapacidade da demanda em mostrar reação. O
consumo, o principal componente do PIB pelo lado
da demanda, segue em queda por uma conjugação
de fatores: o aprofundamento do desemprego,
a queda da renda real e o comprometimento financeiro
das famílias. O investimento, variável
crítica para a retomada do crescimento, deverá
recuar 11,2% em 2016, o terceiro ano consecutivo
de retração. A queda acumulada nesses três anos
atingirá 27,2%.
O AJUSTE DAS CONTAS EXTERNAS CONTINUOU AO LONGO DO ANO
- explicado, principalmente, pelo
saldo da balança comercial, que alcançou US$
43,3 bilhões no acumulado no ano até novembro.
A contribuição do setor externo no PIB será
positiva: as importações apresentarão queda de
10%, em virtude da recessão econômica enfrentada
pelo País, e as exportações mostrarão alta
de 1,8%
A ECONOMIA BRASILEIRA
- que no passado recente
cresceu alavancada pelo consumo e pelo setor pú-
blico – quer diretamente, pela expansão do gasto
público e desonerações tributárias, quer indiretamente,
pela injeção de recursos via bancos públicos
– AINDA NÃO CONSEGUIU SUBSTITUIR O MOTOR
DO CRESCIMENTO EM DIREÇÃO AO INVESTIMENTO
PRIVADO E ÀS EXPORTAÇÕES. De um lado,
entraves regulatórios ainda não solucionados e a
complexidade dos grandes projetos de infraestrutura,
e de outro, a elevada ociosidade na indústria
manufatureira dificultam a retomada dos projetos
de investimento.
AS EXPORTAÇÕES, IMPORTANTE VETOR PARA O CRESCIMENTO, SEGUEM AINDA SEM MOSTRAR TENDÊNCIA FIRME DE EXPANSÃO.
A melhora no
patamar do câmbio nos últimos anos foi parcialmente
revertida em 2016 e a forte volatilidade
permanece. Fica, assim, evidente que são necessá-
rios maiores avanços na agenda da competitividade
e na agenda das negociações internacionais para
assegurar a rentabilidade das exportações e destravar
as estratégias empresariais contaminadas pela
ausência de prioridade às exportações no passado
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