O presidente do Metrô DF, Marcelo Dourado, ao retornar do Japão onde passou 20 dias visitando o sistema metroviário do país a convite do governo japonês, sentiu o quanto a mobilidade sobre trilhos no Brasil, e em especial em Brasília, ainda é atrasado anos-luz do que viu na terra do sol nascente.
Mesmo assim, o choque de realidade não foi motivo para demover o especialista em sistema metroviário de continuar persistindo a convencer o governo federal, por meio Ministério da Fazenda, a liberar R$ 270 milhões para a compra de pelo menos dez trens que irão substituir os que estão em uso há mais de 20 anos.
“Meu único defeito: sou viciado em trilhos”, disse Marcelo Dourado ao receber um grupo de blogueiros da ABBP em seu gabinete nesta quarta-feira (14) para fazer um balanço dos avanços conseguidos para transformar o Metro DF, na mais importante modal de transportes de pessoas do Distrito Federal.
Quando assumiu o comando da empresa em janeiro de 2105, Marcelo Dourado se deparou com um sistema caro, equipamentos absoletos e com contratos complicados.
“Fizemos novas licitações de contratos de manutenção do metrô e posso garantir que hoje as falhas são cada vez menores. A modernização do sistema que vem acontecendo no âmbito da radiofonia, telefonia fixa e sinalização, transformou o metrô no meio de transportes mais confiante, mais rápido e mais seguro do DF”, afirmou.
Ele disse que a empresa faz uma economia do dinheiro público de R$ 71 milhões por ano comparado ao antigo contrato. Afirmou que pela primeira vez na história, o Metrô DF possui um gerenciamento de manutenção que antes estava nas mãos de empresas terceirizadas e hoje o sistema está nas mãos dos técnicos do próprio metrô.
“Estamos investindo capacitação dos nossos profissionais, por isso levei dois engenheiros nossos para o Japão para conhecer as oficinas dos trens e fabricação de material. O sistema tem muito menos falha do que no passado e com uma economia espetacular. Esperamos transportar no próximo ano mais de dois milhões e quatrocentas mil pessoas”, comemora.
Marcelo Dourado disse que os projetos para a expansão da linha Samambaia, Ceilândia estão prontos e a linha Asa Norte irá contribuir para a revitalização da W3 Sul. Ele criticou o governo brasileiro por não priorizar o transporte sobre trilhos e que anda na contramão do mundo.
“Quando estava na Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste – Sudeco, em 2011, órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional, lançamos um projeto para trens de media velocidade de 160 quilômetros por hora que Acredito ainda que o projeto Brasília /Luziânia que já tem o trilho e que pode ser feito as adaptações, se consolide por ser uma obra a custo baixo e mais barato e eficiente do que o BRT”, comparou.
Dourado disse que tenta amenizar um problema grave no metrô que é a falta de pessoal. A empresa possui 1.010 funcionários quando precisaria de pelos menos de 1.500 empregados. “Precisamos contratar com urgência os concursados na área de segurança e de engenharia e agentes de estação na área operacional e técnica. O nosso único entrave é a lei de responsabilidade fiscal. O GDF está lutando para vencer a batalha e vai sair do limite prudencial. Por isso lutei e conseguiu prorrogação do concurso por mais dois anos e tenho a absoluta certeza que o GDF vai superar essa barreira”, acredita.
O presidente do metrô destacou o termo de cooperação feito entre a empresa e a Policia Militar do Distrito Federal para atuar nas áreas lindeiras. Para a vigilância nas estações e plataformas foi contratada uma empresa de segurança armada.
“Vamos também assinar um termo de cooperação com o corpo de bombeiros que já atua em nossas áreas com ações preventivas e corretivas do nosso sistema. A segurança é fundamental para um sistema que transporta milhares de pessoas todos os dias. Somos um tipo de transportes mais seguro do mundo”, assegurou.
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