Acordei perplexo na manhã de sexta-feira (16) com uma voz dizendo: "Intervenção Federal... no Rio", suspirei esfreguei os olhos e quase que a taquicardia me leva ao êxtase. O sentimento de alívio misturou-se a sensação de frustração, pois lá no fundo eu imaginei, numa fração de segundo, que seria no país inteiro. Levantei e na mesa do café pensei mais racionalmente.
Poucas reflexões
- -1- Os efeitos da força desproporcional dispensada contra as forças do crime no Estado do Rio talvez não comporte a sensatez dos homens probos que Exército Brasileiro (EB) carrega em suas fardas. E posteriormente a frágil sociedade de bem de todas os segmentos cariocas, esperançosas de dias melhores, mais calmos, com paz, possam desfrutar da riqueza natural da região o que há muito tempo, décadas, o crime organizado arrancou do cidadão;.
- -2- O mercantilismo do tráfico terá no curto e médio prazo uma queda de arrecadação que levará aos seus líderes diversificarem suas ações migrando para outros crimes (assalto a bancos, tráfico de novas drogas e sequestro) que penalizam outras cidades próximas ao Rio e outras onde a influência das organizações Criminosas já se instalaram, Sabido que na região do entorno sul de Brasília por exemplo;
- -3- Com política tradicional da pior estirpe, como o clientelismo e a canibalização dos trabalhadores, de maneira geral e particular o servidor, o governo Temer irá sim continuar na missão de aprovar a Reforma da Previdência, mas discordo daqueles que defendem em seus "Textões de Facebook" que a manobra se dá manipulando o decreto de Intervenção Federal. Michel Temer é mais esperto que os ingênuos companheiros ressentidos que os chamam de golpista;
- -4- Sabendo que a Reforma da Previdência não será aprovada da maneira nenhuma antes das eleições nem no tempo que deseja, Temer irá tentar melhorar sua popularidade para quem sabe disputar ou indicar seu sucessor nas eleições e aí sim, com suporte dos índices econômicos, efetuar o golpe de misericórdia em 2019;
- -5- Claro amigo leitor, que essa Intervenção Federal na segurança do Rio nos afeta diretamente porque na forma que a República Federativa está distribuída vinculada socialmente, economicamente e politicamente aos estados nos remete a reflexão de que estados como o Ceará, Rio Grande do Norte, Goiás e toda a região norte possam ser a bola da vez. Observe o movimento nas fronteiras e a força da imigração recente. Só aí se justifica a criação de uma força tarefa e um pacto federativo de Segurança Nacional dos Estados envolvidos;
- -6- O E.B tem a chance de mostrar um serviço diferenciado lá no Rio, mas nem de longe podemos sugerir uma intervenção na Federação. Sem chance.
Por Hamilton Silva é jornalista DRT nº 11.815/DF
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