MOBILIDADE: PALAVRA QUE SUGERE MODERNIDADE E DESENVOLVIMENTO, MAS QUE É TRATADA COMO TEMA DO SÉCULO PASSADO
A Brasília que queremos não é essa da foto. |
A mobilidade da 'riqueza' no Brasil
A crise Brasileira proporcionou um déficit de 850 km de linhas de metrô e de trem de passageiros, diz CNT, em recente pesquisa. Esses dados da CNT mostram, contudo, que a curva de investimentos feitos em sistemas de transporte metroferroviário no país praticamente não cresceu, de 2010 a 2015, período em que população nas grandes cidades aumentou 6,2%. O resultado da pesquisa da CNT mostra que o país segue na contramão da Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei 12587/2012), que tem entre suas diretrizes a priorização do transporte coletivo em relação ao transporte individual motorizado e a integração dos sistemas de acordo com a expansão da população e do território.
Mobilidade no Distrito Federal
O audacioso projeto Circula Brasília não saiu da teoria. Do pacote com 80 ações previstas para melhorar o transporte público e a mobilidade urbana no Distrito Federal, o prazo para a execução de 38 terminou em junho de 2017 sem que elas tenham sido finalizadas ou sequer iniciadas. A implantação do Bilhete Único, a divulgação em tempo real das linhas de ônibus que circulam pelo DF, o começo das obras de expansão do metrô e o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) estão entre as atividades que já passaram do tempo de ser concluídas, conforme cronograma do próprio Governo do Distrito Federal.
Coordenadora do projeto, a Secretaria de Mobilidade do Distrito Federal (Semob) se defende dizendo que o programa foi ampliado e que muitas dessas obras estão em andamento. Governo alega aguarda a liberação de recursos. Será? Pois vimos há bem pouco tempo em texto publicado no DFMobilidade de autoria do renomado Francisco Dutra informando a perda de R$ 74 milhões para investimentos em ciclovias pelo GDF. Nesse mesmo mesmo ano, por ingerência o Metrô-DF deixou de receber da Caixa Econômica Federal um montante superior a R$150 milhões.
Medidas urgentes são necessárias para desafogar uma cidade que atingiu, em junho, uma frota de 1.691.278 veículos. Dados do próprio governo local de um ano atrás, portanto estamos à porta de dois milhões de carros.
Principais ações pendentes:· 80 ações previstas para melhorar o transporte público e a mobilidade!· bilhete único com limitações de alcance,· expansão do Metrô, VLT,· integração dos modais.
Anunciado em maio de 2016, o grande projeto de mobilidade urbana do DF previa uma rede integrada de 277km entre os sistemas de metrô, BRT (Bus Rapid Transit) e VLT, a serem concluídas até 2026. Na ocasião do lançamento, 110,38km dessa rede estavam prontos, situação que permanece exatamente igual.
Não há dúvidas de que o principal problema da capital seja o da saúde pública, entretanto, o problema da mobilidade urbana precisa estar teti-a-teti com os candidatos no pleito de outubro próximo, não como mera peça publicitária, mas como solução efetiva de muitos gargalos na qualidade de vida da capital e sim o próximo governador eleito em 2019 terá colocado na mesa um dos três maiores desafios para uma boa gestão não bastando colocar uma "muleta" financeira no debate de resolução, desse que está entre os três maiores problemas da sede administrativa do País.
Por: Hamilton Silva - Economista, jornalista e metroviário (desde 2003) |
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