No mesmo período, foram gerados oito mil postos de trabalho, a metade do número necessário para atender a População Economicamente Ativa (PEA)
A taxa de desemprego do Distrito Federal aumentou em abril, passando de 18,9%, registrado em março, para 19,2%. No mesmo período, foram gerados oito mil postos de trabalho, a metade do número necessário para atender a População Economicamente Ativa (PEA), formada por 16 mil pessoas que passaram a fazer parte do mercado de trabalho. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada nesta quarta-feira (30/5), pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).
O comércio e a área de serviços foram os setores que mais empregaram, com índices de 1,3% e 0,4%, respectivamente. Já a construção civil e a indústria de transformação não sofreram grandes alterações, apresentando um quadro estável. O DF tem mais de 1,3 milhão de pessoas no mercado de trabalho. Em abril, o total de desempregados chegou a 315 mil pessoas, enquanto em março era de 307 mil pessoas.
“O desemprego aumentou porque houve mais pressão no mercado, com mais gente procurando trabalho. As oito mil vagas criadas não foram suficientes para absorver esse contingente”, resume a coordenadora da PED pelo Dieese, Adalgisa Lara Amaral.
O estudo revelou, também, que voltou a crescer o número de trabalhadores autônomos. Em dezembro do ano passado, o DF registrava 197 mil autônomos. Nos três primeiros meses do ano, houve uma redução de 14 mil pessoas nessa situação – em março, foram 181 mil autônomos.
Entretanto, em abril o número voltou a crescer fortemente, passando para 188 mil pessoas. “São pessoas que não acharam um trabalho com carteira assinada e que também não conseguiram se inserir no contingente de assalariados e passaram a trabalhar por conta própria”, explica Adalgisa Amaral.
O desemprego cresceu no grupo de pessoas com menor renda, das localidades da Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, Estrutural e Varjão. O índice de desempregados foi de 26,4%, número três vezes maior do que o verificado no grupo formado com pessoas de alta renda, concentrados em Brasília, Jardim Botânico, Lago Norte, Lago Sul e Park Way. “As pessoas de baixa renda têm menos tempo de estudo, pouca qualificação e vão mais cedo para o mercado de trabalho, mas sem preparação profissional”, analisa Adalgisa.
Aldo Paviani, diretor de Estudos Urbanos e Ambientais da Codeplan, argumenta que é preciso uma maior distribuição na criação de oportunidades de trabalho fora do Plano Piloto. “Dependemos de mais investimentos do governo federal para alavancar atividades profissionais também nas regiões administrativas do DF, sobretudo nas localidades mais afastadas que têm três vezes mais desempregados do que o Plano Piloto”, disse o pesquisador.
Fonte: Correio Braziliense
Leia Também
Comentários