Diretor do Santander será presidente do BC no governo Bolsonaro
O economista Roberto Campos Neto, do Santander, será o presidente do Banco Central no governo de Jair Bolsonaro. O atual secretário do Tesouro, Mansueto de Almeida, continuará no cargo.
As duas informações foram confirmadas pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, quinta-feira (15).
O economista Roberto Campos Neto aceitou o convite e terá seu nome indicado ao Senado Federal para presidir o Banco Central. Com extensa experiência na área financeira, pós-graduado em economia pela UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), Campos Neto deixa diretoria do Banco Santander, onde ingressou em 2000.
Campos é executivo do Santander e neto do ex-ministro do Planejamento (1964-1967) e economista Roberto Campos. Figura próxima de Guedes, Campos Neto já era cotado para o cargo, mas foi confirmado quinta-feira.
Para o presidente do Santander, Sérgio Rial, o futuro presidente do BC é um profissional com sólida formação e profundo conhecimento da área econômica. “Desejamos a ele muito êxito no desempenho de sua nova função, tão importante para o desenvolvimento do país.”
A opção por Campos Neto foi feita depois que o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, confirmou que deixará a instituição até o final do ano. Ele era a principal aposta da equipe econômica de Bolsonaro.
Uma pessoa da campanha disse no começo do mês que Ilan e Paulo Guedes conversaram após a eleição, mas o assunto se limitou ao projeto de independência do BC, que ambos querem aprovar no Congresso.
O argumento a favor da permanência de Ilan era que o governo Bolsonaro pretendia avançar na institucionalização da independência do BC, com mandatos fixos para presidente e diretores, o que permitiria que ele ficasse no posto até 2020.
Em comunicado, após a confirmação de Campos Neto, o BC informou que o afastamento de Ilan Goldfajn do cargo se dará por motivos pessoais. “O presidente Goldfajn adotará todas as providências para garantir a melhor transição no comando da autoridade monetária e, atendendo a pedido do novo governo, permanecerá no cargo até que o Senado aprecie o nome de Roberto Campos Neto, nos próximos meses.”
Sobre projeto de autonomia do BC que tramita na Câmara, Ilan disse que continuará trabalhando para que o texto seja aprovado ainda neste ano. “A eventual aprovação da lei, com mandatos fixos e intercalados dos membros da sua diretoria (Presidente e Diretores), permitirá um futuro onde as transições do BC e do governo ocorram em momentos distintos, com conhecidos benefícios para a economia.”
Segundo o banco, a atual diretoria permanecerá à disposição do novo presidente, contribuindo para a continuidade da transição.
Fonte: Dinheirama
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