Sem a habilidade inata de alguns seres humanos de conseguir encantar, persuadir, fascinar ou seduzir, Sérgio Moro também parece não ser contemplado pela origem etimológica, do termo carisma: do grego khárisma, que significa “graça” ou “favor”.
As cenas de sua saída do Ministério da Justiça me submetem a uma viagem no tempo justamente à uma certa Ceia onde Judas se recolhe antes de todos à mesa. Judas não teve Graça muito menos favor.
Isolado em seu apartamento em Curitiba no bairro Bacacheri, distante cerca de três quilômetros da sede da Justiça Federal. Um imóvel de 256 m² é mais que suficiente para que o cerebral ex-juiz construa sua estratégia até atingir o ápice. Nem dá para duvidar, afinal conseguiu quase tudo o que quis. Menos o cargo tão sonhado na Suprema corte.
As postagens no dia do amigo e outras de solidariedade a mortos por causa do Covid-19 fazem as vezes de blogueiro e lacrador. O derretimento pós saída do ministério não sinaliza para uma derrocada somente nas redes sociais, mas revela a falta de fascinação pública deflagrada pela maneira desastrosa de como 'chutou' o cargo de ministro.
Apesar de escolher mal os seus assessores, em um ano de ministério o ex-juiz teve atuação mediana no quesito segurança pública. A sua autoridade e fascinação irresistível exercida sobre um grupo de pessoas, supostamente proveniente de poderes sobrenaturais já não existem mais.
Parece muita coincidência que parte do PSDB esteja sendo implodido depois de sua auto demissão.
E a sua articulação silenciosa não quer antecipar seus passos em público sinalizando a prudência de quem prendeu poderosos da República.
Sem o carisma exigido pelo sistema político, MORO vem articulando sua candidatura com vistas a derrotar, nas urnas, o presidente a quem serviu porcamente e pretende liderar o país para o qual virou as costas.
O ex-ministro sempre politicamente correto, avalia que é cedo demais para anunciar qualquer plano e acredita que falar sobre o tema agora vai mais prejudicá-lo do que ajudá-lo. Com um ego gigante não dá apara acreditar que venha a compor uma chapa numa posição secundária de vice. Será?
Pessoas próximas a Moro tentaram sondar se ele toparia a dobradinha nesse formato, mas o ex-ministro está evitando estrategicamente o assunto.
Ele ainda diz a amigos próximos que o plano de atuar na iniciativa privada quando sua quarentena acabar é uma possibilidade apoiada, inclusive, pela família.
Quem conhece bem Moro acredita, porém, que ele é mais candidato do que nunca e que não abriria mão do posto de CABEÇA de chapa, se decidir disputar a eleição para presidente em 2022.
Em pesquisa de opinião recentemente divulgada, o ex-ministro ficou posicionado numa segunda colocação sem ameaçar seu ex-chefe, Jair Bolsonaro que vence em todos os cenários. Acredite amigo, a margem de erro dessas pesquisas é muito maior. Bolsonaro tem números que a oposição não pode revelar.
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