Com a segunda onda do Covid-19 eu estou mais assíduo nas plataformas de filmes. Penso que tem sido a realidade de muitos de vocês também.
Recebi uma indicação de uma amiga para assistir ao filme Pelé filme de Ben Nicholas e David Tryhorn. O assunto abordado por minha amiga era sobre o regime militar de 1964. Ela queria meu olhar sobre o tema.
Fiquei muito curioso e no final do filme, muito frustrado. Na mesma velocidade e proporção.
O filme é muito bem feito, imagens remasterizadas e bem editadas o que nos faz viajar no tempo com qualidade.
A história do maior jogador de futebol de todos os tempos é riquíssima, porém, o filme aborda fatos da vida do maior ídolo do futebol de maneira muito superficial.
Daria para aprofundar mais: A vida com o pai que era jogador, com a mãe e amigos e outras curiosidades que deixaram uma interrogação e gosto de quero mais.
Na minha opinião, a forma com que o roteiro do filme foi escrito é uma questão importante a ser considerada. Um exemplo é a contextualização unilateral entre o momento político da época e o fracasso de Pelé na Copa de 1966. O filme tende a abordar de maneira rasa a vida e experiências de Pelé e apresenta um enredo voltado à política, tirando da obra a imparcialidade necessária.
O próprio Rei do futebol enfatizou em diversos depoimentos dentro do filme que não tinha lado e que "não entendia nada de política". Nesta fala, Pelé deixa claro que fez tudo que estava ao seu alcance enquanto atleta, dentro de campo, dando alegria ao seu povo.
Em outro momento do filme são inseridos depoimentos da ex-deputada Benedita da Silva e do ex-ministro de Lula, o cantor Gilberto Gil, o que torna mais forte a conotação política que deram ou tentaram dar ao documentário.
Já no depoimento do sociólogo FHC vejo como aceitável ouvi-lo falar de Pelé.
Confesso que esperava mais, todavia o que esperar de Juca Khoufry, José Trajano e Cia?
O filme traz no seu ritmo um desconforto, dá a impressão de que querem passar a história de qualquer maneira, dificultando a catarse final.
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