Na primeiras semanas de novembro o presidente da República Jair Bolsonaro anunciou sua filiação ao Partido Liberal, o que ocorreria no dia 22 (número da sigla) , partido este criado em meados de 1985 pelo falecido Álvaro Valle.
O que isto significa? Para muitos nada, até porque já se sabe que Bolsonaro não iria para um partido de centro esquerda (Solidariedade, Podemos ou afins). Sim, ele continua o mesmo Bolsonaro falastrão e cheio de adjetivos pejorativos que a imprensa tradicional, hipócrita e suja costuma rótula-lo.
O Sistema Politico predominante no Brasil é elitista, maquiavélico e excludente. Não adianta acusar o PL ou PT de corruptos, todos são iguais em se tratando de objetivos práticos: defender os interesses de seus proprietários. Se não é ilegal talvez seja imoral!
Os partidos "são lojinhas"; comércios defendendo os seus interesses muitas vezes nebulosos e lucrativos. Crer em fidelidade partidária é o mesmo que crer em conto da carochinha.
O clientelismo, corporativismo e fisiologismo predominam na prática da política brasileira a décadas, não iria ser extinta pelo deputado de baixo clero que no contra fluxo do stablisment se elegeu legitimamente com anseios de mudanças estruturais na cultura do poder pelo poder.
Bolsonaro continua o mesmo, a esquerda continua a mesma, a mídia suja e inescrupulosa continua a mesma apesar de viver uma crise de autoridade e credibilidade.
Lembremos que o Centrão esteve, mesmo que pontualmente, com Bolsonaro em 2018, somente após o segundo ano de governo é que os caciques definiram que não iriam morrer de inanição e partiram para um imobilismo legislativo sistemático e nada de projeto governista avançar no Congresso Nacional. A partição e distribuição do bolo orçamentário sempre foi objeto principal do clientelismo.
Foi aí que houve uma troca de ministros alinhados ideologicamente com o presidente, sem resistência destes, com vistas a atender ao clientelismo rotineiro. Nenhuma surpresa.
Quem de fato irá mudar são os anti bolsonaristas, petistas e socialistas agasalhados no PL. Estes terão que mudar de sigla. Caso do Tiririca, deputado anti governista.
A maior surpresa não é a filiação do presidente no partido do Centrão, quem deve estar surpreso são os esquerdistas, socialistas fabianos e afins que ainda não acreditam que Bolsonaro tenha chegado até aqui às vésperas de mais uma eleição com aceitação popular elevada e "dentro da quatros linhas".
Para estes Bolsonaro estaria preso, impeachmado ou mesmo morto.
O homem está aí governando, com muitas turbulências sim, contrariando todo o 'sistema', mas governando bem.
Bolsonaro pode ter mudado para muitos ; mas principalmente para Joice Hasselman, Alexandre Frota, Luis Miranda e Sérgio Moro além de alguns deputados distritais e estaduais que tiverem que se reinventar para sobreviver na política, sim sobreviver.
Só de não se ter nenhuma comprovação de corrupção nos quase quatro anos de governo, já seria mais que suficiente para repetir o voto, todavia, os auxílios financeiros durante a pandemia me fazem refletir sobre o que aconteceria se as raposas vermelhas estivessem no comando central do Brasil.
Bolsonaro precisa de um Partido para concorrer e mostrar os feitos realizados em sua gestão, portanto tempo de televisão, o PL tem.
Enfim, Bolsonaro é o mesmo de antes: usava os partidos para se eleger. Trocou de sigla inúmeras vezes. Continua usando.
Certa ocasião entrevistei um deputado do Centrão: Perguntei sobre a sua frenética mudança de partido e ele me respondeu taxativamente: "os eleitores não se lembrarão do Partido mas de mim nunca se esquecerão", emudeci.
Comentários